sexta-feira, 22 de maio de 2009

Caderno de Registro - 3º Encontro

FUNDAÇÃO LOWTONS DE EDUCAÇÃO E CULTURA – FUNLEC
PROFA – Programa de Formação de Professores Alfabetizadores
Professoras: Aline Fagundes e Marcela Zanardi

Campo Grande, 11 de maio de 2009.

NOSSO TERCEIRO ENCONTRO

Estamos nos habituando à rotina e quando não as respeitamos sentimo-nos constrangidas.
Todas as segundas-feiras, somos recepcionados, adentramos a sala; assinamos a lista de presença; recebemos a pauta do dia e lê-se a leitura compartilhada.
Neste dia nossa colega Sônia, professora de Língua Portuguesa, magnificamente, fez suas anotação no caderno de registro. Imaginem! Uma linda poesia.
Sempre retomamos os combinados (contrato didático), para que possam ser cumpridos.
No primeiro momento, houve a discussão e socialização do texto: Idéias, concepção e teorias que sustentam a prática de qualquer professor, mesmo quando ele não tem consciência delas. Formamos grupos onde, em suma discutimos sobre em quais momentos da nossa prática, usamo-nos de idéias empiristas, e em quais usamos idéias construtivistas.
Para o Grupo I: Rita expôs que sempre que é preciso. Mas que a prática se utiliza de idéias construtivistas e nos colocou exemplos: Leitura Compartilhada; Roda da leitura (registros...); Roda de notícias (finais de semana) de acordo com a realidade de cada aluno; Aula contextualizada e não expositivas (mas estamos presas ao material); Atividades extra-apostila (dinâmica).
Para o Grupo II: Claúdia expôs que o grupo trabalha com idéias construtivistas e teceu exemplos: Reflexão das questões sociais de cada aluno; Inserção de questões contextualizadas nas avaliações, o que a torna um excelente instrumento de avaliação;
Para o Grupo III: Cristiane Córdoba expôs que utilizam idéias construtivistas quando o aluno é protagonista de seu aprendizado e idéias empiristas quando aplicam avaliação.
Para o Grupo IV: Helly Mara expôs que o grupo trabalha idéias empiristas, quando há aulas meramente expositivas, e utilizar apenas o apostilamento. E idéias construtivistas quando se faz leitura compartilhada; utiliza-se recursos tecnológicos.
Após a apresentação dos grupos a Profª Sonia, nos lançou muitas indagações para reflexão.
Num segundo momento os grupos fizeram uma análise da escrita de dois alunos, Antônio (adulto) e Ricardo (criança).
Durante a socialização das amostras de escrita para análise, tivemos as seguintes percepções:
Para o Grupo I: Sonia declarou que, Antônio é capaz de construir um enunciado. Cada letra corresponde ao som pronunciado. Utiliza-se de letra cursiva. Hipótese: Silábico.
Para Ricardo cada som produzido tem uma representação, domina mais as vogais. Não domina a escrita.
Para o Grupo II: Cláudia informou que Antônio utiliza palavras fragmentadas. Não tem domínio da escrita convencional.
Ricardo aprendeu apenas as vogais. É o início de sua alfabetização.
Para o Grupo III: Nélida colocou que Antônio é silábico, utiliza letra cursiva, e suas palavras são fragmentadas.
Ricardo é pré-silábico, utiliza letra bastão, e mescla vogais e consoantes.
Para o Grupo IV: Aline expôs que Antônio é silábico – alfabético e que não a segmentação em sua escrita.
Ricardo é pré – silábico mescla vogais e consoantes.
Num terceiro momento assistimos ao vídeo “A construção da escrita, hipóteses de escritas”, onde pudemos observar que a alfabetização é a construção da escrita, onde a escrita representa a fala.
O que a escrita representa? A fala na Língua Portuguesa;
Contribuições de: Drª Telma Weisz, Emília Ferreiro e Ana Teberoski.
Na apresentação do filme, foram colocados três crianças para fazer estas representações da linguagem infantil em pré construção alfabética.
No primeiro caso, a professora ditou as seguintes palavras para ser escrita: babá (correto), gato (correto), foi proposto escrever galinha, onde a criança encontrou muita dificuldade e não foi escrita a palavra, somente colocou a letra “g”, em seguida a palavra cavalo, vaca foi escrita com apenas “vc”, ela só aponta as consoantes da palavra. A professora não dá as respostas corretas para a criança escrever corretamente.
No segundo caso, a criança praticamente só escreve as consonantes das palavras ditadas, como: marimbondo = MIBO, dinossauro = DNUO, formiga = FMG, camelo = CML, gato = gato, ela escreve corretamente esta palavra, pois ela já memorizou devido as lições executadas em sala de aula, sapo = SP, rã = RA, na palavra rã ela já tem um breve conhecimento que não se escreve palavras somente com uma letra. No final deste ditado, foi proposto para escrever uma frase: A rã pulou no rio = ARAPLNR, ela coloca praticamente somente as consoantes das palavras.
As formas em que os dois primeiros casos apresentados vem de uma hipótese de um modelo de ensino empirista.
No terceiro caso, a criança escreve o seu nome corretamente, foi ditado as seguintes palavras: lapiseira = RIACPOA, logo em seguida ela fez a leitura e já eliminou as letras POA, aluno = ARP, caneta = RCP, cola = ARP, foi eliminado a letra P, lápis = BPP, foi eliminado a ultima letra P, livro = AR, giz = AR, foi eliminado a letra R, O menino ganhou um livro = OPDOAR. Neste caso ele somente repete as letras do seu nome, e quando se faz a leitura das palavras que ele escreveu, ele no final acaba eliminando algumas letras.
Após termos assistido ao vídeo houve a socialização das hipóteses de escrita de Antônio e Ricardo a cerca da fonética, para verificar se alguma opinião havia se alterado nos grupos, onde muitas opiniões divergentes foram suscitadas.
A Profª Sonia, como excelente mediadora que é apenas nos lançou indagações para reflexão.
Ao final recebemos a tarefa para socialização no próximo encontro: “Como se aprende a ler e escrever ou, prontidão, um problema mal colocado”, Telma Weisz.