quinta-feira, 3 de setembro de 2009

13º encontro

UM CASTELO APARENTEMENTE MAL ASSOMBRADO

Certo grupo de professoras da Funlec resolveu realizar um passeio em um castelo aparentemente mal assombrado. Este grupo teve por guia a professora Sonia Dantas que apresentava conhecer muito bem os compartimentos deste castelo.
Ao chegarem ao local viram na frente do castelo uma placa bem grande que anunciava “Formação Continuada: Alfabetização e contextos letrados – parte II”; a tal placa as deixaram apreensivas a ponto de gelar a boca do estômago, mas mesmo com muito medo ousaram entrar no castelo.
No salão principal foram recepcionadas com uma leitura muito prazerosa “Poema em linha reta” de Álvaro de Campos, o Contrato Didático e o Caderno de Registros. Mas, apesar do momento ter sido agradável elas sabiam que naquelas inúmeras portas fechadas tinham muitas coisas a se descobrir, era como aquele velho golpe do jantar, que antecede a uma noite terrível.
Após a recepção foram instigadas a adentrarem em um corredor que parecia ser infinito e muito assombroso. As duas primeiras portas que a guia lhes mostrou, não precisaram ser abertas, mas foram muito bem explicadas, uma delas seria uma pós-graduação e a outra uma formação com uma pessoa muito especial, porém desconhecida de muitos.
Depois da explicação, seguiram para a terceira porta, porém antes desta encontraram um fantasminha, que já vem assombrando estas professoras há um certo tempo, seu nome “O não realizar das tarefinhas”, este quase as impediu de entrarem e conhecerem a sala de Rede de Idéias. Aquelas que não foram surpreendidas pelo sapeca fantasma conseguiram expor com qualidade as suas idéias. No olhar da guia que apesar de entristecido por ter perdido parte do seu grupo para o fantasma, no fundo brilhava por que as que conseguiram escapar obtiveram muito sucesso em suas produções.
Com as ideias todas expostas, foram encaminhadas para uma sala intitulada “Análises de textos infantis”, quando chegaram na frente quiseram bater em retirada, mas a guia garantia que elas não iriam se arrepender de ter contato com a riqueza do material que existia ali, realmente elas perceberam que o material era muito rico, mas ao mesmo tempo ficaram com muito medo de prosseguir, por causa de um novo conto de terror que anda rondando o ambiente de seus trabalhos há muito tempo, letramento/alfabetização, de novo somente o conto, mas os acontecimentos muito antigos.
Realmente fora isto que perceberam na análise de tais materiais; quando uma criança é estimulada e tem contato com todos os tipos de materiais de leitura, ela tem condições de produzir um texto com enredo criativo mesmo sem saber escrever, diferente de uma criança que não é vista como leitora desde o momento que entra na escola e acaba aprendendo a ler e escrever com textos descontextualizados e fragmentados.
Todas saíram desta sala com o coração na goela e com um monte de gatos brigando dentro do estômago, pois realmente tinham que refletir sobre o que poderiam fazer para mudar a história deste conto de crianças meramente alfabetizadas para crianças alfabetizadas e letradas.
Mas, mal conseguiram tomar fôlego deste susto, já entraram em uma sala com um jogo montado para elas: “Leitura e Complementação do quadro – Proposta didática de alfabetização”, no primeiro momento pensaram que não poderiam entrar neste jogo, por que não teriam condições e bagagem para tal grau de dificuldade, mas bastou entrar para perceberem que já conheciam mais do assunto do que imaginavam.
Como exemplo, na proposta com silabário acreditam que os conteúdos devem ser do fácil para o difícil e elas com muita firmeza em seus pensamentos disseram que na proposta com textos os conteúdos não são fragmentados, nem hierarquizados. Em todo quadro do jogo responderam com tranqüilidade e clareza.
Descontraídas saíram desta sala para o último desafio do passeio “Contribuições à prática pedagógica 4”, sem muitas dificuldades elaboraram uma longa lista de contribuições boas e ruins.
Para finalizar a noite, novamente se encontraram no salão principal para encerrarem o passeio, se despedirem e receberem as orientações do trabalho pessoal que deveriam fazer em casa. Com aquela movimentação toda, conversas e risadas acabaram chegando a uma conclusão inesperada, perceberam que aquele castelo que aparentemente parecia mal assombrado era na verdade o castelo dos esclarecimentos.
Era como o mito da caverna que sempre vemos nas aulas de filosofia, quando alguns dos membros têm a ousadia de sair da caverna e descobrir a luz do conhecimento e depois encaminhar a todos do seu grupo para o conhecimento da maravilhosa luz. Neste caso a guia era este corajoso que além de ter valentia para sair da caverna teve solidariedade para querer tirar seus companheiros da escuridão. Realmente quando nos apresentam algo desconhecido tudo aparenta ser assombroso e irreal, mas quando chegamos do lado de fora da caverna percebemos que tudo é muito mais colorido e divertido, foi exatamente isto que aconteceu com este grupo, um castelo de conto de terror que se tornou em um castelo de fadas e princesas.

Professoras: Cristiane Oliveira e Patrícia Nantes
Colégio Professora Maria Lago Barcellos.