terça-feira, 9 de junho de 2009

Fomos convidados a participar do prêmio Top Blog

Texto lido para os professores no dia 08/06/2009

JORNAL VIRTUAL PROFISSĂO MESTREProfissăo Mestre – Ano 7 Nº 120 – 05/06/2009
Criando um indivíduo para o mundo
Nesse nosso mundo atual, onde o individualismo é tudo, todos exigem o direito de escolher. Essa premissa – dos direitos adquiridos – foi uma conquista lentamente obtida. É a premissa da democracia: posso até não ganhar uma eleição, mas eu selecionei, exerci plenamente o meu direito de escolher. Só que quanto mais se amplia o meu direito de escolha, maior fica o vazio do que escolher. Esse o que escolher depende da finalidade que se procura. Quando escolho, estou escolhendo porque quero, prefiro, preciso disso ou daquilo. E para tanto, é preciso existir um querer. Como o leque de possibilidades, numa sociedade complexa, tende ao infinito, as possibilidades de escolha também tendem. Tenho que lembrar que a nossa sociedade não é modelo único. Existem aquelas com apenas dois tipos de roupas disponíveis (uma para festas e outra para o cotidiano), dois, no máximo três tipos de armas, só um tipo de casa, etc. Nós temos mil e uma formas de atacar e defender, de morar, de se vestir etc. A pergunta é: criamos a nova geração apenas para saber escolher ou somos responsáveis também por influir na formatação das escolhas possíveis?Falei tudo isso para chegar à razão de ser desse texto. Educação é uma educação para alguma coisa. Se não se define isso, a finalidade para onde se caminha, toda a pedagogia tende para o arbitrário. Se eu quero educar meu filho para ser super-homem ou executivo, eu me orientarei por esse objetivo, mesmo que de forma inconsciente. Se esse objetivo não é claro, ou pelo menos previsível, mergulha-se no mundo onde vale tudo e ao mesmo tempo nada é permitido. A escola, na medida em que passou a respeitar excessivamente a individualidade, deixou de formar cidadãos com aspectos comuns entre si, uma vez que também deixou de se permitir fixar-se num ideal de homem. Se todos podem ser diferentes entre si, se toda a escolha é válida, que luz me orienta na escolha de estratégias educacionais? Até o dia em que se tira o diploma, vemos o respeito à individualidade reverenciado. Só que isso, na sociedade futura que aguarda os alunos lá fora, não é verdade. Daí até a aposentadoria, os indivíduos passam por filtros que têm suas próprias preferências. Existe, para cada vaga, um tipo de currículo preferencial, assim como existe o tipo ideal para cada concurso, em que se inclui a aparência física, roupa, gestual etc., muito importantes nas entrevistas. A escola que acena com uma liberdade inexistente fora de seus muros, sem se permitir impor uma idealização de vida, falhará obrigatoriamente em sua missão. A escola não pode acenar com uma liberdade que não existirá depois. Seria bom se a escola pudesse ser uma representação minimalista do mundo futuro. Esse escolhe o indivíduo que quer, dá preferência a uns e não a outros. Fazer de conta que o mundo não é assim é falso. A criança que tem cadernos em desordem, como se isso fosse natural, apresentará currículos também mal montados. E o recrutador que recebe e seleciona vai escolher o melhor apresentado, uma vez que nem poderia escolher pelo conteúdo da pessoa porque não a conhece.Cabe à escola preparar membros aptos a viver na sociedade que os aguarda. Cabe à escola criar pessoas capazes de abdicar de certos extremos de individualismo, personalismo, para poder ser indivíduos sim, mas não obrigatoriamente solitários. Anna Verônica Mautner é psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise e palestrante. Autora de Cotidiano nas entrelinhas e Crônicas científicas (Ed. Ágora). Contato: redacao@humanaeditorial.com.br

Caderno de Registro - 6º encontro

Caderno de Registro – 6º Encontro

Querido Caderno de Registro

Estamos aqui para lhe contar como foi o nosso 6º Encontro de Formação Continuada de Professores da FUNLEC. Como você já sabe o nosso grupo tem uma rotina, seguimos uma linha, não a linha de Montessori, mas a linha da busca de construirmos o nosso conhecimento, a fim de atuarmos de uma maneira melhor dentro do nosso campo de trabalho.
De maneira muito democrática a Professora Sonia Dantas, nos conduziu a escolha da nossa Leitura Compartilhada, onde realizamos uma votação entre os textos: Direitos imprescritíveis do leitor (Daniel Pennac), Da utilidade dos animais (Carlos Drummond de Andrade) e Maria Angula (Jorge Renón de La Torre). Destes três maravilhosos textos escolhemos Maria Angula, foi muito engraçado e nojento.
Mas, diante desta oportunidade de nos deliciarmos com esta leitura, o que nos chamou atenção, foi o procedimento de nossa professora, no escolher da leitura, pois nos sentimos muito atuantes em poder contribuir na escolha da leitura compartilhada, esta ação nos remete a nossa sala de aula, pois também podemos realizar esta prática com nossos alunos. É claro que eles vão se sentir tão importantes como nós nos sentimos. Caderninho, vamos lhe confessar, nunca imaginamos como seria tão bom nos colocar em posição de alunos, pois temos refletido muito em nossa prática pedagógica.
Bem...deixamos a conversa de lado e vamos continuar contando o que aconteceu, após a leitura compartilhada a nossa colega leu o que escreveram em você na aula passada e ficou MARAVILHOSO, o que nos acarreta uma responsabilidade maior. Feita a sua leitura, também lemos o nosso contrato didático. E, mais uma vez nos remetemos a nossa prática pedagógica, pois refletimos a importância de não apenas elaborar o contrato (Combinados), mas de colocar em prática e de estar sempre em construção de acordo com a necessidade de cada grupo.
Após todo esse momento, que lendo na pauta parece ser tão simples e até mesmo irrelevante, mas que nos faz vivenciar momentos muito significativos. Nós nos agrupamos para montarmos a rede de idéias com as atividades que fizemos com os alunos para identificarmos o que eles sabem sobre a escrita.
Em grupos socializamos as atividades e selecionamos o que tivemos mais dificuldades para identificar as hipóteses de escrita, depois desta seleção todos os grupos apresentaram suas dificuldades para o grande grupo, onde a professora Sonia Dantas auxiliou a todos a diagnosticar cada situação.
Diante desta situação o que mais nos chamou atenção foi algo que na verdade já sabíamos, mas que deixamos negligenciar muito, que é a questão de sempre estarmos nos retornado a FONTE, os nossos teóricos que embasam a nossa prática, pois no momento em que a professora explicava com suas palavras, sempre demonstrava que tinha voltado a beber nestas fontes. Como exemplo em uma análise na obra de Emília Ferreiro e Ana Teberoski (Psicogênese da Língua Escrita) elas explicam com clareza que precisamos entender que primeiro o indivíduo estabelece quantidade e depois qualidade, para identificarmos isto precisamos observar como a leitura é realizada. Dá-se o exemplo de uma criança que escreveu PI-RU-LI-TO, com quatro desenhos de pirulitos e realizou a leitura com a pausa correta.
Este exemplo nos esclareceu muitas dúvidas, que antes realizando a sondagem nos faria pensar que esta criança estaria na fase pré-silábica ou até mesmo na garatuja, mas se ela realiza a pausa de leitura correta ela já se encontra na hipótese silábica.
Após todo este momento, voltamos a nos organizar em grupos para terminar a ordenação de um conjunto de amostras, partindo daquela que julgávamos ser mais distantes de uma escrita convencional, ao terminarmos observamos os acertos e erros e tivemos a oportunidade de ter acesso aos apontamentos dos tipos de escrita que as crianças se encontravam, não diferente de todo material que temos tido contato, percebemos a riqueza do mesmo.
Terminando este momento, realizamos a leitura em duplas do texto – Contribuições à prática pedagógica – 2 e elaboramos algumas contribuições ao estudo da hipótese pré -silábica, vou citar algumas que mais nos chamou atenção, como: primeiro o aluno estabelece a quantidade, por isso muitas das vezes para escrita de uma palavra ele usa mais que doze letras e não significa que ele não saiba nada, os alunos também podem usar na escrita das palavras as letras do seu próprio nome, importância da intervenção do professor, e de se colocar alunos de hipótese diferentes juntos para auxiliar na construção do conhecimento e oportunizar que os alunos se encontrem em posição de leitor, mesmo que ainda não saibamler.
Bom... querido caderno de registro, agora precisamos ir, pois temos tarefas a realizar, como refazer algumas amostras de escrita e ler os textos Contribuições à prática pedagógica I e II, organizando um registro dos aspectos que consideramos mais fácil e mais difícil de incorporar em nosso trabalho com os alunos. Foi um grande prazer estar com você e até mais.

Professoras: Cristiane Oliveira e Patrícia Nantes.
Colégio Professora Maria Lagos Barcellos