quinta-feira, 2 de julho de 2009

Como ler sem saber ler - Parte 1

Caderno de registro - 9° encontro

Iniciaremos este registro chamando a atenção dos leitores para a receita que será dada. Nós alunas/professoras que já passamos pela universidade, lemos e estudamos os melhores pesquisadores e teóricos, e, ainda assim ouvimos por tantas vezes dos nossos professores universitários que não há receitas prontas a serem dadas, mas sim que iremos construir nosso próprio caderno de receita durante a nossa prática escolar, segue abaixo uma receita que dará muito certo na sua prática de sala de aula se você professor/leitor acreditar e praticar.
Obs: Ao contrario daquele quitute que só a vovó sabe fazer, e, esconde a receita num baú a sete chaves, esta é uma receita que precisa ser compartilhada.
Como ler sem saber ler
Ingredientes:
- 29 encontros;
- 1 Professora (Sônia);
- 18 Alunas;
- 1 Contrato didático;
- 1 Caderno de registro;
- Vários Textos;
- Vários Programas de vídeo;
- Rede de ideias;
- Vários lanches.
Preparo:
- Participar de todos os encontros;
- Procurar não se atrasar para que não haja interrupções durante a aula;
- Participar da construção do caderno de registro;
- Compreender o contrato didático contribuindo com a sua prática durante os encontros;
- Participar ativamente da rede de ideias procurando esclarecer dúvidas que vão surgindo no dia-a-dia da prática escolar;
- Assimilar as informações adquiridas a cada encontro para então formar o seu próprio conhecimento a respeito do ensino e aprendizagem, relacionado principalmente a aquisição do processo de escrita e leitura da criança.
Recheio:
Para que esta receita tenha sucesso é preciso antes de qualquer coisa aproveitar esse momento em que estamos tendo a oportunidade de viver neste curso, para refletir sobre o processo que o nosso aluno passa durante as nossas aulas. Nós como professores/alfabetizadores estamos aqui como alunos e como nos falou a amiga Sônia, estamos sempre sendo alfabetizados, num outro patamar, mas estamos sempre aprendendo. Então, vemos como é difícil até para nós que já temos “um certo” conhecimento do processo de ensino e aprendizagem construirmos o nosso próprio conhecimento. No nosso 9º encontro estamos na fase do curso onde aprofundamos o conhecimento sobre o processo de leitura das crianças. Então, escrevemos e lemos uma definição do que é ler, e, após várias definições elaboradas pelas alunas, vimos que “ler é muito mais do que decodificar, porém a leitura passa pela decodificação” (palavras da professora Sônia). Uma questão pertinente foi feita pela professora, não para ser respondida, mas para ser refletida por cada uma de nós. A questão foi: A criança aprende mais com a televisão ou com a escola? E, como vivemos no momento em que as crianças têm fácil acesso aos objetos tecnológicos, é uma questão que realmente precisa ser refletida antes de ser respondida.
Modo a ser servido:
Na atividade “Ler para aprender” vimos a importância de a aula estar bem planejada, e, que nesse momento o professor pense nas possibilidades de criar e recriar diferentes tipos de situações de ensino e aprendizagem. Não esquecer que a criança usa estratégias antecipatórias para fazer a leitura, assim então, proporcionar atividades com textos que elas já conheçam, será facilitador e não frustrante para criança. Sendo assim, as atividades devem ser pensadas e desenvolvidas tendo como objetivo o favorecimento à reflexão dos alunos sobre o sistema de escrita alfabética por meio da leitura. Ao professor cabe lembrar que todas as crianças que chegam à escola, seja qual for à camada social a que pertençam, viveram experiências diferentes, algumas já adquiriram formal ou informalmente competências próximas das escolares e outras possuem conhecimentos e capacidades bem diversas daquelas que lhes são exigidas na escola. Porém, nenhuma é uma folha de papel em branco em que o professor vai poder escrever seus próprios conceitos, ainda mais se forem sem embasamento teórico.

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