quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

11º Encontro - módulo 2 - Avaliação

"Conhecimento e ação são dois aspectos inseparáveis da atividade humana. O conhecimento não é mera contemplação, nem a prática mera atividade; separada da prática, a teoria se reduz a meros enunciados verbais; separada da teoria, a prática não é mais que um ativismo inconducente. Não há, pois, autêntico conhecimento e autêntica ação, se não se expressam numa permanente inter-relação unitária". Luiz Rigal, Sobre el sentido y uso de la investigación-acción

O último encontro do módulo 2 da Formação Continuada de Professores aconteceu no dia 14/12/2009 e teve como objetivo refletir sobre os conteúdos estudados na formação e a aplicação prática dos mesmos. Portanto os professores tiveram como tarefa escrever uma carta para a formadora analisando os conteúdos estudados, indicando quais conteúdos foram relevantes para sua prática didática, que mudanças realizou em seu planejamento e quais pretendem acrescentar a partir do próximo ano. O resultado deste trabalho final resultou nos seguintes comentários dos professores cursistas:

... no decorrer das aulas o planejamento tornou-se mais aprimorado, a leitura compartilhada mais atraente, tanto para os alunos como para a professora.” Rita Muller
“... um dos últimos conteúdos que vimos, foi o da produção coletiva de textos; não esperava que fosse tão produtiva e de fácil entendimento, tanto para meus estudos, quanto na aplicação.” Laura
“ ... posso citar os nossos longos estudos das hipóteses de escrita, como gostei daquelas aulas e como foram significativas para o meu agir em sala de aula, logo que aprendi a realizar a avaliação diagnóstica, montei um caderno de registro para minha turma e hoje analiso com alegria cada registro, percebendo a evolução de cada aluno.” Patrícia Nantes
“ ... fazer aquele memorial me fez voltar no tempo e ver o quanto eu sabia pouco em relação ao ensino e aprendizagem, não que eu agora saiba tudo, de modo algum, mas lá no comecinho do nosso curso eu acreditava naquele ensino tradicional, que foi a forma com aprendi a ler e a escrever, mas após os estudos feitos a partir do texto “As ideias, concepções e teoria que sustentam a prática de qualquer professor, mesmos quando ele não tem consciência delas” reavaliei a minha teoria e metodologia e fiz modificações na minha prática, passei realmente a acreditar no alfabetizar letrando, ou seja, introduzi no meu planejamento gêneros textuais diversificados, oportunizei aos alunos, principalmente para aqueles que não liam convencionalmente textos, já conhecidos por eles, como por exemplo cantigas de roda, para fazerem leitura na roda de leitura.” Christiane Montenegro
“...no início do curso consegui classificar minha prática, e a partir daí fui me modificando percebendo os pós e os contras da minha prática. Me perceber e me sensibilizar para os meus erros e meus acertos foi a melhor coisa que aconteceu, tanto para o meu pessoal quanto para o meu profissional.” Ana Paula
“.... muitas coisas maravilhosas que aprendi pude colocar em prática... valorizar os momentos de criação de meus alunos, através da escrita, oportunizando sempre a retomada... construindo a escrita e a leitura aos poucos... a troca de experiência com as colegas foram aproveitadas, cada uma trouxe um pouco, mesmo na hora das dúvidas, dos erros podemos avaliar como estamos ensinando nossos alunos. O ano que vem nos veremos, pois gostaria de assistir algumas aulas e reforçar o que aprendi neste ano de 2009”. Ediane
“... o aspecto mais relevante foi ter crescido não só como pessoa, mas muito mais como profissional. ... Hoje como professora de Língua Portuguesa sinto-me um pouco triste, por ver que os alunos chegam as séries finais sem o domínio da leitura. E cabe a nós, todos nós, independente da área que atuamos, abraçarmos com responsabilidade essa causa, para que essa realidade seja transformada. Tenho muitos planos para minha prática em 2010. Quero encantar meus alunos com a leitura, com a produção de textos. Quero desafiá-los a serem cada vez melhores”. Sonia Cristina
“... foi muito bom tudo o que aprendi no curso, pois os conteúdos estudados foram de grande valor, aumentaram meus conhecimentos.” Mércia Cristina
“... para mim enquanto professora da Educação Infantil foi gratificante o detalhamento do processo de aprendizagem, as estratégias usadas para que o aluno se interesse pela leitura mesmo aqueles que não o faz convencionalmente, adequação das atividades, enfim, o real papel do professor.” Menuza Casavechia
“... aprendi muito. Faço todos os dias leitura compartilhada, levo sempre texto interessante, retomamos os nossos combinados do dia a dia. Sei que aprendi e errei em alguns momentos, mas para o ano de 2010 quero colocar em prática tudo que aprendi no curso.” Aline Fagundes
“... o que me surpreendeu foram as últimas aulas onde pudemos ver como conduzir os alunos a produzirem textos de qualidade, mesmo quando estes não escrevem ou lêem convencionalmente. E quanto aos textos que apresentamos a eles se queremos que produzam textos de qualidade temos que ler textos de qualidade, isto é, algo que com certeza vai ser acrescentado no meu planejamento, sempre tive a idéia que para os menores teria que apresentar apenas textos fáceis com ilustração, porém pude notar com é satisfatório trabalhar textos de qualidade com alunos que ainda são pequenos.” Cristiane Oliveira
“... ao longo desses oito meses foram feitos estudos e reflexões sobre alfabetização, leitura, hipótese de escrita, como fazer registros de forma organizada, como planejar, situações didáticas, concepção de ensino e aprendizagem, critérios para formação de grupo entre muitos outros. Essa formação contribuiu e supriu o que eu almejava, pois durante todo esse período consegui entender e acompanhar minhas filhas em sua alfabetização e não cobrá-las demais e nem a sua perfeição, pois tudo tem sua hora e momento. Para o próximo ano acrescentarei a leitura compartilhada, amarrarei um contrato didático e sempre retomá-lo, procurarei prestar mais atenção na formação dos grupos, dentre outras mudanças”. Valéria Storti (professora de Ciências EF 2)
“... iniciei 2009 bastante insegura de assumir novamente um 1º ano, do qual pensava ter me livrado, sim livrado, essa é a palavra, mas hoje vejo como cresci e aprimorei-me, aprendi a avaliar, observar, mediar e até produzir atividades de maior qualidade, com isso a insegurança do lº ano se foi e hoje abraço com segurança, conhecimento e tranqüilidade, até mesmo um 1º ano para 2010, porém agora mais feliz”. Nélida Cássia
“... Aprendi durante o curso a adequar as necessidades de aprendizagem dos alunos, a observar o desempenho individual e a fazer intervenções pedagógicas mais adequadas. Incorporei a hábito de fazer agrupamentos heterogêneos considerando seus conhecimentos e suas características pessoais e isso fez com que meu trabalho fosse mais produtivo. A retomada diária do contrato de trabalho fez com que os alunos se comprometessem mais. Para 2010 quero aperfeiçoar minha prática pedagógica para melhorar o que já foi bom em 2009 e consertar o que não deu certo”. Christine Ribeiro
“... Ao longo deste ano a cada segunda-feira nós éramos esperadas com uma rotina padronizada e a contento das atividades do dia. Esta prática foi a primeira metodologia que implantei em minhas aulas, pois anteriormente acreditava que aulas lúdicas e operacionais, eram aulas que não seguiam um padrão determinado. Quando implantei a rotina, logo percebi a diferença: os alunos estabeleceram uma atitude de respeito e atenção aos conteúdos ministrados. Os agrupamentos causaram-me muitas polêmicas internas, porém, aplicando a teoria em sala de aula, foi possível agrupar com sucesso alunos de 5º ano com um número de 30 alunos no total: trios, duplas e quartetos. Os com mais desempenho com os alunos com menos desempenho (porém com funções determinadas para a não acomodação); todos os agrupamentos com responsabilidades determinadas no início das aulas”. Marcela R. Zanardi

Fazendo um balanço do desenvolvimento deste módulo e do grupo

As questões de natureza didática, que começaram a ser abordadas em seus fundamentos no módulo 1, foram aprofundadas no Módulo 2, tanto do ponto de vista teórico quanto do ponto de vista prático, demonstrando que a alfabetização faz parte de um processo mais amplo de ensino e aprendizagem de diferentes usos da linguagem escrita, ou seja, faz parte de um processo de letramento, demonstrando como isso acontece na prática.
As professoras alunas desta formação através de seus trabalhos pessoais e discussões nos encontros demonstraram a aquisição das seguintes competências:
- Trabalhar coletivamente de forma produtiva.
- Entender o contrato didático como um dos fatores que interferem na compreensão dos papéis e das relações envolvidas nas situações de ensino e aprendizagem, tanto na sala de aula, como no grupo de formação.
- Encarar os alunos que precisam ter sucesso em suas aprendizagens para se desenvolver pessoalmente e para ter uma imagem positiva de si mesmos.
- Estabelecer critérios para fazer agrupamentos produtivos.
- Observar o desempenho dos alunos durante as atividades, bem como suas interações nas situações de parceria.
- Reconhecer a importância de ler diariamente bons textos para os alunos, compreendendo que esse tipo de prática requer planejamento, critério de qualidade e diversidade para a seleção dos textos de qualidade.
- Reconhecer a capacidade dos alunos de produzir textos em linguagem escrita mesmo antes de saberem ler e escrever convencionalmente.
- Conhecer possibilidades de trabalho com revisão de textos, do ponto de vista discursivo, também com alunos não alfabetizados.
- Utilizar o registro escrito para documentar o trabalho pedagógico e para refletir sobre a prática profissional e o processo de formação.
- Reconhecer seu papel de modelo de referência para os alunos como leitor, como usuário da escrita e como parceiro durante as atividades.
- Identificar as principais variáveis que interferem na aprendizagem e fazer uso desse conhecimento para organizar o trabalho pedagógico.
- Analisar a produção escrita dos alunos para planejar atividades que respondam às suas necessidades de aprendizagem.
C- ompreender o processo de avaliação como parte do processo de ensino e aprendizagem.

Enfim, o Grupo rendeu bastante apesar do cansaço das segundas-feiras. Resta a esperança de que esta prática se efetive definitivamente no dia a dia do professor para que todos - professores e alunos sejam cada vez mais leitores e escritores competentes e façam a diferença em todos os lugares em que estejam.

As competências profissionais constroem-se, em formação, mais também ao sabor da navegação diária de um professor, de uma situação de trabalho à outra.” Le Boterf, 1997

Parabéns a todos!
Sonia Maria Dantas Neves



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